O NATAL É PARA
TODOS
Autor desconhecido
Personagens:
Dona Susana
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Quatro crianças
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Dona Carlota
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Um idoso pobre
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Dona Francisca
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Um moço rico
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Uma mulher
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Cenário: Sala de
visitas de D. Susana. Tudo bem limpo e arrumado. Duas portas: uma que dá
hipoteticamente para os fundos da casa e outra para a rua.
(Quando abre a cortina
a o palco está vazio. Ouve-se o tocar dos sinos. D. Susana entra pelas porta
dos fundos. Pára escutando o som dos sinos. Logo param de bater.)
Susana: Vésperas
de Natal! Mas que sentido tem o Natal para uma pessoa que vive como eu,
sozinha, sem família, sem amigos. Natal é para as crianças e para quem tem
família. Oxalá, passem depressa os feriados de Natal. Um feriado assim, faz-me
sentir mais sozinha ainda. (Vai de uma
porta para outra chamando:) Bichana! Bichana! (Fecha a porta) Pobre bichana! Foi-se embora esta manhã. Acho que
esta casa é triste até para uma gatinha. (Fecha
as cortinas da janela com um suspiro) Penso que ninguém gosta de olhar para
uma casa onde não há as alegrias de Natal. (Senta-se
triste, numa cadeira de balanço e começa a tricotar. Batem na porta. Abre e lá
está um grupo de 4 crianças – pode-se dar um nome para cada uma delas).
Criança: Podemos
entrar D. Susana?
Susana: Oh! Sim!
Entrem, entrem!
Criança: Trouxemos
uma árvore de Natal!
Susana: Uma
árvore de Natal? Para mim?
Criança: Nossas
mães acharam que a senhora haveria de gostar...
Susana: Oh! Sim,
como não?(Crianças entram carregando a
árvore de Natal) Vou buscar uma lata para colocar a árvore! (Sai)
Criança: Tenho
certeza que uma árvore bonita de Natal traz um pouco mais de alegria e
felicidade a D. Susana.
Criança: Ela
parece sentir-se muito só, especialmente no Natal
Susana: (Voltando com o balde). Encontrei este
balde que serve direitinho para colocar a árvore.
Criança: Podemos
colocar a árvore ao lado da janela para que possa ser vista da rua?
Criança: Mamãe
diz que em todas as casas deve haver alguma coisa na janela para indicar que é
o Natal. Ela diz que isso ajuda a trazer alegria.
Susana: (Abrindo as cortinas). Sim, vamos
colocá-la na janela. Ela vai contar a todos que por aqui passarem que estamos
no Natal. (As crianças e d. Susana
enfeitam a árvore, conversam enquanto trabalham).
Criança: Nós
também trouxemos enfeites para sua árvore. Tiramos das árvores de nossas casas.
Criança: Eu
trouxe cordões prateados...
Criança: Eu
trouxe algumas bolas...
Criança: Eu
trouxe algodão prá fazer de conta que é neve...
Criança: Eu
trouxe um pisca-pisca.
Criança: Nós
tínhamos duas estrelas de prata, trouxe
então uma para o alto de sua árvore.
Susana: Vocês foram muito bondosas para mim...
Criança: Mamãe
disse que todo mundo deve poder ser feliz no Natal.
Criança: É porque
o Natal é o aniversário do Menino Jesus.
Criança: Ele veio
para trazer paz na terra e boa vontade entre as pessoas...
Criança: Podemos
cantar um hino de Natal, d. Susana, enquanto arrumamos sua árvore?
Susana: OH, sim! (Crianças cantam uma canção bem conhecida de
Natal ou Advento. Susana começa a cantar também. A sala começa a aparentar um
ar festivo. Depois de tudo pronto, Susana e as crianças ficam admirando a
árvore).
Criança: Não está
maravilhosa?
Susana: (Séria) É a árvore mais linda do mundo!
Não tenho palavras para agradecer tanta bondade!
Criança: Agora,
penso que podemos ir para casa. Nossas mães nos recomendaram voltar logo. (Dona Susana as acompanha até a volta).
Susana: (Enquanto elas saem) Um Feliz Natal prá
vocês, que Deus abençoe a todos! Todos vocês!
Crianças: Feliz
Natal d. Susana. Feliz Natal!
Susana: (Consigo mesma). Eu gostaria que as crianças voltassem amanhã,
mas, naturalmente, elas querem passar o dia em suas casas... (fecha a porta e admira a árvore). A
árvore mais linda do mundo! (Ouve-se uma
batida na porta da frente. Susana abre e um idoso andrajoso está lá). O
senhor quer entrar? Venha descansar.
Idoso: (Entrando e ficando bem visível ao público).
Não posso parar para descansar. Eu somente gostaria de lhe dizer que gostei
muito de ver sua árvore de Natal pela
sua janela. Estive olhando tempo para ela, admirando, parece que senti um bem
estar no coração. Eu não tenho ninguém de minha família, o Natal é muito triste
para um velho como eu!
Susana: Se o Sr.
esperar, eu preparo uma xícara de café...
Idoso: Não,
obrigado, meu quarto fica longe, do outro lado da cidade. Ando muito devagar,
por isso preciso ir caminhando...
Susana: (Tendo uma idéia) OH! O Sr. que vir
amanhã e passar o Natal aqui? Terei café e bolinhos!
Idoso: Sim, eu
virei. Muito agradecido pela bondade. Deus a abençoe por trazer alegria a um
pobre velho, no dia do Natal. (Enquanto ele sai, Susana fecha a porta e o
telefone toca. Ela atende)
Susana: Alô! Quem
fala?
Carlota: (Uma voz falando atrás da cortina). Eu
sou Carlota, sua vizinha do outro lado da rua. Meu filho Júlio está com o pé
machucado. Ele não pode sair por vários meses. Mas eu quero que a senhora saiba
que ele está encantado com a sua árvore de Natal. Ele está à janela e pode ver
bem a sua árvore. Para ele o Natal desta vez não vai ser muito alegre, eu bem
sei...
Susana: (Feliz) Oh! Mas a senhora poderia trazer
o Júlio aqui amanhã! É pertinho, eu posso lhe ajudar a carregá-lo. Vou fazer
uma festa! Teremos bolinhos, leite e outras coisas!
Carlota: Obrigada,
d. Susana. Com muito prazer nós iremos. (Enquanto Susana deixa o fone, ouve-se
uma pancada na porta. Ela vai abrir. É uma mulher)
Susana: Pois não?
O que deseja? Quer entrar?
Mulher: (Ficando bem visível para o público).
Não obrigada, meus seis filhos estão comigo, está na hora de levá-los para
casa. Eu queria somente contar-lhe que estivemos admirando sua árvore de Natal
este ano. É linda. Nós não podemos fazer uma
árvore neste Natal, por isso saímos para ver a cidade enfeitada.
Susana: (alegremente) Venham todos amanhã, assim
poderão curtir um pouco mais a árvore. Que acha? Vamos Ter uma festinha. Teremos
bolinhos, leite, sanduíches, chocolate, frutas...
Mulher: Obrigada
minha senhora, faremos o possível para vir. Que Deus a abençoe por nos
proporcionar um Natal feliz! (Enquanto
sai, toca o telefone).
Susana: Alô? Quem
fala?
Francisca: (falando atrás das cortinas). Aqui fala
dona Francisca, do orfanato. Levei hoje as crianças para a cidade, para verem
as vitrines e as árvores de Natal. Quero dizer-lhe que gostamos imensamente da
sua. Foi a árvore mais linda que vimos na cidade.
Susana: Oh!
Obrigada! Escuta, a senhora não pode trazer as crianças amanhã para passarmos
juntos o Natal? Haverá boas coisas para comer, jogos e brinquedos.
Francisca: Obrigada,
d. Susana! Será para nós um prazer. (Enquanto
Susana larga o fone, mais uma batida na porta. Está lá um moço bem trajado).
Susana: O senhor
quer entrar?
Moço rico: (Visível para o público). Eu queria
somente dizer-lhe que estive no meu carro, do outro lado da rua, apreciando e
admirando a sua árvore de Natal. Eu estou só no mundo. Sua árvore de Natal trouxe
gratas recordações de Natal , do tempo que eu era menino. Eu tinha família e o
Natal era tão alegre! Hoje tudo é diferente. Tenho muitas coisas, mas me sinto
só...
Susana: O senhor
quer voltar aqui amanhã e curtir mais a beleza da minha árvore? Vamos Ter uma
festinha com muitas crianças... o senhor poderá lembrar os seus velhos
tempos...
Moço rico:
Obrigado. Farei de tudo para poder vir, será um prazer... (Ele sai e Susana continua na porta pensativa). Pôxa! Esse moço é o
Sr. Eduardo. Ele é um dos mais ricos da cidade!
Nem posso imaginá-lo sozinho e triste no Natal! Mas eu sei que ele vai
gostar da minha festa! (Toca o telefone e
Susana corre para atender). Oh! Eu estou feliz por terem apreciado a minha
árvore de Natal! Venha amanhã para a nossa festinha também, será um prazer! (Batem na porta) (Ela abre e conversa com
alguém que está lá fora). Oh! Alegra-me imensamente saber que minha árvore
é linda. Venha amanhã para a nossa festa. Haverá muitas coisas para comer,
jogos, brinquedos, cânticos... Vamos Ter uma alegre e feliz com sua companhia! (Finalmente fica tudo quieto. Susana senta-se para descansar. Ouve-se um
miado agudo fora. Susana corre para a porta). Bichana, você voltou! (Ela toma a gata no colo. Pode ser real ou
de brinquedo e entra com ele em cena). Você resolveu voltar e curtir também
os preparativos para o Natal? Vamos ter uma festa maravilhosa Bichana ! Agora
vamos para a cozinha, procurar um petisco para você. Depois, vou começar a
fazer os bolinhos para amanhã. Oh! Vou ter muito o que fazer nesta noite. Será
que vou dar conta de tudo? Ah! Mas isso me deixa tão feliz! (Caminha em direção à porta dos fundo, como
se fosse para a cozinha, com Bichana nos braços. De repente os sinos começam a
tocar lá fora. Larga Bichana no chão. Volta-se e escuta reverentemente os sinos
com o olhar fixo nas estrela de prata,
no topo da árvore. Os sinos param de tocar).
Susana: Hoje
aprendi que o Natal é para todos. Até para aqueles que não tem família ou vivem
sozinhos. É para os ricos e para os pobres. É para os que tem saúde e para os
doentes! Tudo porque celebramos o nascimento de Cristo, o menino que veio ao
mundo para trazer paz e bênçãos a todos! Todos, sem distinção! O Natal é para
todos! É para todos!
FIM
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