HAVERÁ NATAL PARA O ZÉ?
1o Cena
Narrador: Zé um dia, ouviu falar no Natal... Não
entendeu muito bem o que era... Seu
magro corpo, marcado pela fome, não ajudava a cabeça pensar. Zé não poderia
saber o que era Natal, pois morava num barraco, era analfabeto. Zé hoje deseja
descobrir o que é Natal.
(Zé caminha e ouve)
Camelô: (Gritando
de sua banca) Vende-se bonecas que choram e dão sorriso. Cantam, chupam
bico e caminham. Tem também rádio que
pisca e até dá faísca. Tem flores cheirosas, só não mais cheirosas por falta de
perfume.
Criança: Mãe, eu quero aquela boneca.
Mãe: Não dá minha filha.
Criança: Mas eu quero mãe!
Mãe: Eu não tenho dinheiro, minha filha!
Criança: Eu quero, porque quero (bate o pé e começa
chorar)
Mãe: Tá bom. Vou gastar o resto que eu tenho em mais
um presente para você, prá você ter de chega de uma vez.
Criança: Obrigado, mãe. Eu sabia que você ia comprar.
(Se retiram)
Jovem: Natal deve ser brinquedo, que criança gosta e
leva para casa. Eu não tenho brinquedo, então não tenho Natal. ( E segue andando).
Narrador: Coitado do Zé. Não sabe o que é Natal. Mas
ainda está à procura do que é Natal. Quem sabe ele consegue descobrir agora.
2o Cena
Homem bem arrumado: Ó
meu amigo! Me digas: existe alguém mais arrumado do que eu nesta localidade?
Amigo: Podes crer que não! Mas onde vais elegante
deste jeito?
Homem: Vou comemorar o Natal tomando champanhe e tudo
o que tenho direito.
Amigo: Então feliz Natal e boas festas. ( E se
retiram).
Zé: Ha, ha! Agora entendi: Natal é canha e festa, ou
será que não? (Pensativo). Eu não tenho festa ou bebida, não tenho Natal! ( E segue andando)
3o Cena
1o doceira:
Fiz tantos doces essa semana que o barulho era grande. Fiz cuca, bolo merengue,
bolachinha e você o que fez?
2o doceira:
Fiz rocambole, pão-de-ló, cuca da vovó, doce chinês, doce-de-leite. Fiz tanta
coisa que quase o fogão explodiu.
1o doceira:
Assim é bom fazer de tudo um bocado para comemorar o Natal.
2o doceira:
Eu concordo, mas amanhã ainda vou fazer aquele churrasco. Até mais! Falta mais
um docinho que tenho que deixar pronto. Tchau!
1o doceira:
Tchau.
Zé: Agora eu sei, sem dúvida, que Natal deve ser
bolo, cuca, doces, enfim, muita comida. Eu não tenho boa comida, então eu não
tenho Natal! Acho que vou embora, senão vou ficar caduco. ( Segue andando)
Narrador: Zé ainda não descobriu o sentido de Natal e
acha que vai ficar louco. Já se sente mal com tanta confusão. Zé já ia embora
quando viu uma outra cena que lhe chamou atenção.
4o Cena
(Um homem e uma mulher arrumando o pinheirinho - da Igreja)
Homem: Vou colocar essa bola, nem que tenho que me
espinhar todo. (Faz de conta que se
espinha e grita) Ai, dói mesmo!
Mulher: Isso mesmo. É vida ou morte!
Homem: Nem posso imaginar Natal sem pinheirinho.
Mulher: No dia que não tiver pinheirinho na nossa
casa não vou festejar Natal. Daí vou para lavoura capinar feijão.
Zé: Vou ligar as coisas. Tem pessoa fazendo compras
de Natal, outras se arrumando, outras no doce e agora o pinheirinho. Mas isso
tudo vai onde, como e quando?
Narrador: Pobre do Zé... ainda não conseguiu
descobrir o que é Natal. Ele não recebe presente, não vai à festa, não tem boa
comida, e jamais verá um pinheirinho no seu barraco. Está triste e desanimado.
Será que ele vai ficar triste neste Natal?
5o Cena
(Em cena entra uma turma brincando de roda e cantando)
Amiga: Vamos brincar, turma. Vamos nos alegrar. Hoje
é Natal.
Menino: Olha lá turma, um menino está triste. (Amiga e Menino vão ao seu encontro).
Por que você está chorando?
Zé: Não tenho alegrias, não tenho nada de Natal, não
tenho amigos,...
Amiga: Mas eu posso ser sua amiga e podes passar o
Natal comigo.
Zé: O Natal... Mas o que é Natal?
Amiga: Natal é nascimento de Cristo.
Zé: Mas os presentes, doces, festas, pinheirinhos ...
Amiga: Na minha casa também há bolo, pinheirinho,
presente,... por ser tradição. Mas o mais importante é não se esquecer que tudo
isto existe por causa de Cristo. Natal de verdade é deixar Cristo nascer e
crescer dentro de nós. Você disse que não tinha ninguém, mas lhe digo que
perante Cristo somos todos irmãos. E isto precisamos viver. Quem vive isto tem
verdadeira alegria. Vem se alegrar conosco, vamos ter um Feliz Natal juntos! (Se abraçam, brincam e cantam).
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