A OFERTA DO
PASTORZINHO
Autor desconhecido
Personagens:
Pai – Jonas
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Mãe
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Rute – filha (8 anos)
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Ester – filha( 14 anos)
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Simão – filho (11 anos)
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Amós – filho(o mais velho)
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Pastores
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Reis Magos
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Maria e José
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Observações: Há
poucas indicações de cenário, o grupo deve ser bem criativo. As indicações de idade são uma sugestão,
podem ser modificadas, desde que não descaracterizem a família e o contexto)
Rute: Veja,
Ester, a luz brilha com mais intensidade agora.
Ester: Parece vir
daquele ponto, lá do alto das nuvens.
Mãe: Simão está
demorando tanto, nunca ficou fora tanto tempo.
Rute: Mamãe, que
poderá ser aquele clarão no céu?
Mamãe: Espero que
não seja outro incêndio no celeiro do nosso vizinho!
Rute: A luz não
tem a cor da luz do fogo. Veja! É branca e ao mesmo tempo brilhante! Parece um
clarão sobrenatural!
Ester: Agora está
se apagando!
Mamãe: Meninas,
tirem as tigelas da sopa. Separem a sopa
para papai e os meninos!
Ester: (Entrando para ajudar, mas andando como em
sonho)
Rute: A estrela
brilhante e bela lá está! O clarão desapareceu, mas a estrela continua.
Ester: Tem sido
assim durante uma semana. Está baixa e muito brilhante. Mamãe, porque antes não
havia estrela naquele lugar?
Mamãe: Talvez só
você não tivesse notado. Será que Simão está em alguma dificuldade?
Ester: Não se
aflija , mamãe, ele sempre se demora.
Mamãe: Sim , mas
sempre está com seu pai e com Amós. Hoje ele está sozinho.
Ester: Ele está a
procura da ovelha. Lembra-se que o papai lhe prometera a ovelha, caso ele a encontrasse?
Rute: Sim, para
começar seu próprio rebanho.
Mamãe: Eu sei,
mas a noite está tão perigosa... Se ele escorregar um pé no barranco, tem
tantos precipícios...
Rute: Não o
Simão, mamãe. Ele é grande e forte.
Ester: Conheço
Simão. Ele não voltará sem trazer a ovelha. O seu grande ideal é ter seu
próprio rebanho.
Mamãe: (Rute está amarrando uma fita no cabelo).
Por que você está usando a sua melhor fita, filha?
Rute: Alguma
coisa vai acontecer... Eu sei. Eu sei que vai...
Ester: (Na porta, olhando para fora) A luz se foi
mesmo. A estrela, porém, brilha mais do que nunca. Mamãe! Olhe, Simão vem
vindo!
Mamãe: Você está
bem filho?
Rute: Que traz
você embrulhado em sua capa’ É um carneirinho, bem pequenino!
Ester: Dê-me,
Simão! Veja uma toalha, Rute, vamos enxugar-lhe o corpo.
Mamãe: Conte-me
sobre a ovelha, meu filho.
Simão: Minha
ovelha está morta. Caiu na correnteza do rio e afogou-se antes que eu pudesse
alcançá-la. Não pude fazer nada.
Mamãe: Não se
inquiete, meu filho.
Simão: Eu ia
começar o meu rebanho mãe...
Mamãe: Mas você
ficou com o carneirinho...
Simão: Que amor,
vocês não acham?
Rute: Ele está
com fome. Como vamos alimentá-lo?
Simão: Faça uma
sopinha de pão com leite. Ah! Como estou cansado...
Mamãe: Vou
preparar-lhe um prato de sopa...
Simão: Será que
papai vai me deixar cuidar do carneirinho?
Mamãe: Você mesmo
pode perguntar a ele... Tome a sopa agora...
Ester: Simão, nós
vamos a estrela de novo esta noite.
Simão: Eu a vi
também. De todo lugar por onde eu andava, via a estrela!
Ester: Ela estava
mesmo sobre Belém?
Simão: Sim, até
mesmo bem tarde da noite, quando encontrei o carneirinho. Ao levantar meus olhos para o céu, lá estava
ela.
Ester: O
carneirinho quer dormir agora... Veja!
Simão: Como eu
queria ter esse carneirinho! Trouxe ele todo enrolado pelo caminho na minha
própria capa! Veja, Rute, não é lindo? Ele já me conhece e quer bem.
Mamãe: Você fez
muito bem ao salvá-lo! Olhem, papai
chegou!
Jonas (pai): Nós vimos um milagre!
Amós: Um milagre mesmo, gente!
Simão: Papai ,
perdi a ovelha, afogou-se antes que eu pudesse salvá-la. Mas encontrei o
carneirinho! Posso ficar com ele? Ele pode ser meu?
Jonas: Sim, meu
filho. Pode ficar com o carneirinho. Esta noite eu vi um milagre! Um milagre!
Mamãe: Conte-nos
então!
Amós: Cristo
nasceu!
Jonas: Vimos uma
luz no céu. Uma luz mais brilhante que o
sol, a lua e todas as estrelas dos céus. Uma luz que anunciava o nascimento de
Cristo.
Rute: Nós vimos
um clarão também!
Ester: E uma
estrela sobre Belém, papai! Você viu a estrela também?
Rute: Tudo isso é
parte do milagre?
Mamãe: Esperem
crianças, o papai precisa jantar. Sente-se, tome sua sopa. Agora, Jonas, comece
do princípio. Conte-nos tudo, tudo!
Jonas: Ao raiar o
dia de hoje, havia algo de especial no ar. A princípio parecia que tudo corria
mal. O rebanho estava inquieto e teimoso...
Amós: Meu
cachorro preto machucou a pata...
Jonas: Até a
tardinha quando o rebanho está pronto prá dormir, as ovelhas se mostravam
inquietas. Os cachorros estavam inquietos, cansados. Os homens estavam cansados
também. Benjamim perdeu a sua flauta e
não podia tocar para acalmar o rebanho...
Amós: E quando
reinava uma escuridão profunda, a estrela apareceu sobre Belém, a mais
brilhante estrela que vimos até hoje.
Jonas: De repente
houve uma mudança brusca. O rebanho se aquietou, os cachorros deitaram e
ouvimos um canto distante, um cântico cheio de doçura e suavidade. Então um
jato de luz veio do céu.
Amós: Brilho
diretamente no meio de nós, iluminando tudo ao redor.
Rute: Não tiveram medo?
Amós: Eu tive sim, escondi o rosto...
Jonas: Estávamos
todos tomados de medo, até que um anjo apareceu no meio de nós e falou.
Mamãe: Jonas, um
anjo?
Jonas: Sim,
acredite-me!
Mamãe: Que disse
o anjo?
Jonas: Ele disse:
Não temais, pois eu vos trago novas de grande alegria; hoje vos nasceu, na cidade
de Belém, um Salvador, que é Cristo, o Senhor...
Amós: E agora a
maior maravilha: Ele disse que conheceríamos o Salvador porque ele estava
envolto em panos e deitado numa manjedoura.
Mamãe: Envolto em panos eu posso acreditar, mas
porque motivo ia o Cristo nascer em uma manjedoura?
Jonas: Talvez
para que o povo como nós possa conhecê-lo sem temor. Ele é nosso Rei, o
príncipe da paz vem para nós e traz boas novas para todas as pessoas.
Amós: Como a
profecia?
Mamãe: Então esta
criança é o Messias, do qual falou o profeta Isaías?
Jonas: Sim... Eu
gostaria que você ouvisse o cântico dos céus!
Amós: Era
maravilhoso! (Busca sua capa)
Rute: Gostaria de
estar lá!
Jonas: Pusemo-nos
de joelho e oramos com a luz brilhando ao nosso redor.
Ester: Nós vimos
a luz também, não é Rute?
Mamãe: Onde vão?
Amós: Precisamos
ir a Belém!
Mamãe: Mas você
não jantou!
Jonas: Vamos
adorar o nosso Rei! (Pegando sua capa)
Amós: Todos os
pastores vão!
Jonas: Precisamos
mesmo dobrar os joelhos e render louvores!
Mamãe: Compreendo...
Amós: O povo virá
de toda a Judéia, Galiléia e confins do Egito.
Jonas: Fomos
interrompidos no caminho para cá por três homens que cavalgavam camelos. Perguntaram-nos
o caminho para Belém, onde estava o novo Rei, apesar de eles mesmo se parecerem
com reis.
Amós: Eles
vestiam ricas vestes de veludo adornado de prata e levavam presentes.
Mamãe: Presentes?
Jonas: Estojos
ricos!
Mamãe: Nós
mandaremos presentes também!
Ester: Que
daremos a um rei?
Mamãe: Temos este
chalé branco e macio para cobri-lo. É feito de pura lã.
Jonas: Ester,
traga aquele jarro de mel! Que grande festa será!
Amós: Podemos
levar um dos nossos queijos.
Mamãe: Certamente...
e há um outro manto, que serve para a mãe do bebê.
Rute: Mamãe, o
seu melhor manto! Você ainda nem o usou!
Mamãe: A mãe do
bebê gostará desta cor azul tão suave...
Ester: Eu quero
ir também , papai, posso?
Jonas: Pode vir
conosco Ester. Precisamos de muitas mãos
para dar-lhes tantos presentes.
Mamãe: A jornada
é longa até Belém. Aqui está o queijo para comerem no caminho!
Ester: Mamãe, eu
vou levar isso para o bebê...
Rute: Mas estes
eram para o bebê de Sara!
Mamãe: Leve-os
para o bebê, faremos um outro par para Sara.
Jonas: Estamos
prontos. Venha Ester, Amós. Devemos estar lá pela meia-noite. Vamos então nos
ajoelhar e dar graças.
Simão: Mamãe, é o
Rei de fato um bebê? Como o bebezinho que nasceu a poucos dias lá no vale?
Mamãe: Ele é o
Rei dos Reis, porém hoje, ele é somente um bebê.
Simão: Um chalé
macio, um jarro de mel, um queijo, um manto azul para a mãe, um par de sapatinhos...
Com que brincará o bebê?
Mamãe: Bem,
Simão, eu acredito que ninguém pensou nisso...
Simão: Eu também
vou a Belém... e vou levar um brinquedo
(pega seu carneirinho)
Rute: Simão, seu
carneirinho? Mamãe, não o deixe levar! O carneirinho é todo o seu tesouro! Há
quanto tempo ele procura ter um carneirinho!
Mamãe: Psst!
Rute! Ele deve fazer como manda seu coração...
Rute: Então
espere, Simão, eu também vou... (Todos saem e mamãe fica os observando. Fecha a
cortina)
(Em outro cenário)
Maria: Como é seu
nome, filho?
Simão: Simão
Pedro, filho de Jonas, da Judéia.
Maria: Você
trouxe o seu carneirinho para o bebê?
Simão: Eu o
ofereço a Cristo, o Rei.
Maria: É um
presente fino, Simão Pedro. Eu vou pedir-lhe um único favor: quer tomar conta
do carneirinho para o menino Jesus? Ele
é tão pequeno ainda, tão novo,
você não poderia tomar conta do carneirinho para o menino Jesus? Cuide-o bem...Um dia você virá para o menino
outra vez... (colocando-lhe a mão na
cabeça. Apagam-se as luzes)
(Muitos anos depois,
Simão aparece crescido. Talvez seja bom usar uma roupa da mesma cor de quando
era criança para identificar melhor. Simão sozinho no palco iluminado por uma
luz única. Está ajoelhado, orando)
Voz oculta:
Perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que a
estes? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo! Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros!
FIM
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