sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Natal 32

A OFERTA DO PASTORZINHO

Autor desconhecido

Personagens:

Pai – Jonas
Mãe
Rute – filha (8 anos)
Ester – filha( 14 anos)
Simão – filho (11 anos)
Amós – filho(o mais velho)
Pastores
Reis Magos
Maria e José

Observações: Há poucas indicações de cenário, o grupo deve ser bem criativo.  As indicações de idade são uma sugestão, podem ser modificadas, desde que não descaracterizem a família e o contexto)

Rute: Veja, Ester, a luz brilha com mais intensidade agora.
Ester: Parece vir daquele ponto, lá do alto das nuvens.
Mãe: Simão está demorando tanto, nunca ficou fora tanto tempo.
Rute: Mamãe, que poderá ser aquele clarão no céu?
Mamãe: Espero que não seja outro incêndio no celeiro do nosso vizinho!
Rute: A luz não tem a cor da luz do fogo. Veja! É branca e ao mesmo tempo brilhante! Parece um clarão sobrenatural!
Ester: Agora está se apagando!
Mamãe: Meninas, tirem as tigelas da sopa.  Separem a sopa para papai e os meninos!
Ester: (Entrando para ajudar, mas andando como em sonho)
Rute: A estrela brilhante e bela lá está! O clarão desapareceu, mas a estrela continua.
Ester: Tem sido assim durante uma semana. Está baixa e muito brilhante. Mamãe, porque antes não havia estrela naquele lugar?
Mamãe: Talvez só você não tivesse notado. Será que Simão está em alguma dificuldade?
Ester: Não se aflija , mamãe, ele sempre se demora.
Mamãe: Sim , mas sempre está com seu pai e com Amós. Hoje ele está sozinho.
Ester: Ele está a procura da ovelha. Lembra-se que o papai lhe prometera a ovelha, caso ele a encontrasse?
Rute: Sim, para começar seu próprio rebanho.
Mamãe: Eu sei, mas a noite está tão perigosa... Se ele escorregar um pé no barranco, tem tantos precipícios...
Rute: Não o Simão, mamãe. Ele é grande e forte.
Ester: Conheço Simão. Ele não voltará sem trazer a ovelha. O seu grande ideal é ter seu próprio  rebanho.
Mamãe: (Rute está amarrando uma fita no cabelo). Por que você está usando a sua melhor fita, filha?
Rute: Alguma coisa vai acontecer... Eu sei. Eu sei que vai...
Ester: (Na porta, olhando para fora) A luz se foi mesmo. A estrela, porém, brilha mais do que nunca. Mamãe! Olhe, Simão vem vindo!
Mamãe: Você está bem filho?
Rute: Que traz você embrulhado em sua capa’ É um carneirinho, bem pequenino!
Ester: Dê-me, Simão! Veja uma toalha, Rute, vamos enxugar-lhe o corpo.
Mamãe: Conte-me sobre a ovelha, meu filho.
Simão: Minha ovelha está morta. Caiu na correnteza do rio e afogou-se antes que eu pudesse alcançá-la. Não pude fazer nada.
Mamãe: Não se inquiete, meu filho.
Simão: Eu ia começar o meu rebanho mãe...
Mamãe: Mas você ficou com o carneirinho...
Simão: Que amor, vocês não acham?
Rute: Ele está com fome. Como vamos alimentá-lo?
Simão: Faça uma sopinha de pão com leite. Ah! Como estou cansado...
Mamãe: Vou preparar-lhe um prato de sopa...
Simão: Será que papai vai me deixar cuidar do carneirinho?
Mamãe: Você mesmo pode perguntar a ele... Tome a sopa agora...
Ester: Simão, nós vamos a estrela de novo esta noite.
Simão: Eu a vi também. De todo lugar por onde eu andava, via a estrela!
Ester: Ela estava mesmo sobre Belém?
Simão: Sim, até mesmo bem tarde da noite, quando encontrei o carneirinho.  Ao levantar meus olhos para o céu, lá estava ela.
Ester: O carneirinho quer dormir agora... Veja!
Simão: Como eu queria ter esse carneirinho! Trouxe ele todo enrolado pelo caminho na minha própria capa! Veja, Rute, não é lindo? Ele já me conhece e quer bem.
Mamãe: Você fez muito bem ao salvá-lo!  Olhem, papai chegou!
Jonas (pai):   Nós vimos um milagre!
Amós:  Um milagre mesmo, gente!
Simão: Papai , perdi a ovelha, afogou-se antes que eu pudesse salvá-la. Mas encontrei o carneirinho! Posso ficar com ele? Ele pode ser meu?
Jonas: Sim, meu filho. Pode ficar com o carneirinho. Esta noite eu vi um milagre! Um milagre!
Mamãe: Conte-nos então!
Amós: Cristo nasceu!
Jonas: Vimos uma luz no céu. Uma luz mais brilhante que  o sol, a lua e todas as estrelas dos céus. Uma luz que anunciava o nascimento de Cristo.
Rute: Nós vimos um clarão também!
Ester: E uma estrela sobre Belém, papai! Você viu a estrela também?
Rute: Tudo isso é parte do milagre?
Mamãe: Esperem crianças, o papai precisa jantar. Sente-se, tome sua sopa. Agora, Jonas, comece do princípio. Conte-nos tudo, tudo!
Jonas: Ao raiar o dia de hoje, havia algo de especial no ar. A princípio parecia que tudo corria mal. O rebanho estava inquieto e teimoso...
Amós: Meu cachorro preto machucou a pata...
Jonas: Até a tardinha quando o rebanho está pronto prá dormir, as ovelhas se mostravam inquietas. Os cachorros estavam inquietos, cansados. Os homens estavam cansados também. Benjamim perdeu a sua flauta  e não podia tocar para acalmar o rebanho...
Amós: E quando reinava uma escuridão profunda, a estrela apareceu sobre Belém, a mais brilhante estrela que vimos até hoje.
Jonas: De repente houve uma mudança brusca. O rebanho se aquietou, os cachorros deitaram e ouvimos um canto distante, um cântico cheio de doçura e suavidade. Então um jato de luz veio do céu.
Amós: Brilho diretamente no meio de nós, iluminando tudo ao redor.
Rute:  Não tiveram medo?
Amós:  Eu tive sim, escondi o rosto...
Jonas: Estávamos todos tomados de medo, até que um anjo apareceu no meio de nós e falou.
Mamãe: Jonas, um anjo?
Jonas: Sim, acredite-me!
Mamãe: Que disse o anjo?
Jonas: Ele disse: Não temais, pois eu vos trago novas de grande alegria; hoje vos nasceu, na cidade de Belém, um Salvador, que é Cristo, o Senhor...
Amós: E agora a maior maravilha: Ele disse que conheceríamos o Salvador porque ele estava envolto em panos e deitado numa manjedoura.
Mamãe:  Envolto em panos eu posso acreditar, mas porque motivo ia o Cristo nascer em uma manjedoura?
Jonas: Talvez para que o povo como nós possa conhecê-lo sem temor. Ele é nosso Rei, o príncipe da paz vem para nós e traz boas novas para todas as pessoas.
Amós: Como a profecia?
Mamãe: Então esta criança é o Messias, do qual falou o profeta Isaías?
Jonas: Sim... Eu gostaria que você ouvisse o cântico dos céus!
Amós: Era maravilhoso! (Busca sua capa)
Rute: Gostaria de estar lá!
Jonas: Pusemo-nos de joelho e oramos com a luz brilhando ao nosso redor.
Ester: Nós vimos a luz também, não é Rute?
Mamãe: Onde vão?
Amós: Precisamos ir a Belém!
Mamãe: Mas você não jantou!
Jonas: Vamos adorar o nosso Rei! (Pegando sua capa)
Amós: Todos os pastores vão!
Jonas: Precisamos mesmo dobrar os joelhos e render louvores!
Mamãe: Compreendo...
Amós: O povo virá de toda a Judéia, Galiléia e confins do Egito.
Jonas: Fomos interrompidos no caminho para cá por três homens que cavalgavam camelos. Perguntaram-nos o caminho para Belém, onde estava o novo Rei, apesar de eles mesmo se parecerem com reis.
Amós: Eles vestiam ricas vestes de veludo adornado de prata e levavam presentes.
Mamãe: Presentes?
Jonas: Estojos ricos!
Mamãe: Nós mandaremos presentes também!
Ester: Que daremos a um rei?
Mamãe: Temos este chalé branco e macio para cobri-lo. É feito de pura lã.
Jonas: Ester, traga aquele jarro de mel! Que grande festa será!
Amós: Podemos levar um dos nossos queijos.
Mamãe: Certamente... e há um outro manto, que serve para a mãe do bebê.
Rute: Mamãe, o seu melhor manto!  Você ainda nem o usou!
Mamãe: A mãe do bebê gostará desta cor azul tão suave...
Ester: Eu quero ir também , papai, posso?
Jonas: Pode vir conosco  Ester. Precisamos de muitas mãos para dar-lhes tantos presentes.
Mamãe: A jornada é longa até Belém. Aqui está o queijo para comerem no caminho!
Ester: Mamãe, eu vou levar isso para o bebê...
Rute: Mas estes eram para o bebê de Sara!
Mamãe: Leve-os para o bebê, faremos um outro par para Sara.
Jonas: Estamos prontos. Venha Ester, Amós. Devemos estar lá pela meia-noite. Vamos então nos ajoelhar e dar graças.
Simão: Mamãe, é o Rei de fato um bebê? Como o bebezinho que nasceu a poucos dias lá no vale?
Mamãe: Ele é o Rei dos Reis, porém hoje, ele é somente um bebê.
Simão: Um chalé macio, um jarro de mel, um queijo, um manto azul para a mãe, um par de sapatinhos... Com que brincará o bebê?
Mamãe: Bem, Simão, eu acredito que ninguém pensou nisso...
Simão: Eu também vou a Belém... e vou levar um brinquedo (pega seu carneirinho)
Rute: Simão, seu carneirinho? Mamãe, não o deixe levar! O carneirinho é todo o seu tesouro! Há quanto tempo ele procura ter um carneirinho!
Mamãe: Psst! Rute! Ele deve fazer como manda seu coração...
Rute: Então espere, Simão, eu também vou... (Todos saem e mamãe fica os observando. Fecha a cortina)
 (Em outro cenário)
Maria: Como é seu nome, filho?
Simão: Simão Pedro, filho de Jonas, da Judéia.
Maria: Você trouxe o seu carneirinho para o bebê?
Simão: Eu o ofereço a Cristo, o Rei.
Maria: É um presente fino, Simão Pedro. Eu vou pedir-lhe um único favor: quer tomar conta do carneirinho para o menino Jesus? Ele  é tão pequeno ainda, tão novo,  você não poderia tomar conta do carneirinho  para o menino Jesus?  Cuide-o bem...Um dia você virá para o menino outra vez... (colocando-lhe a mão na cabeça. Apagam-se as luzes)
(Muitos anos depois, Simão aparece crescido. Talvez seja bom usar uma roupa da mesma cor de quando era criança para identificar melhor. Simão sozinho no palco iluminado por uma luz única. Está ajoelhado, orando)
Voz oculta: Perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que a estes? Ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo!  Jesus lhe disse: Apascenta os meus cordeiros!


FIM

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