sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Natal 15

COMO SE REALIZA O NATAL
(No palco deve existir uma porta bem visível, que leva a um quarto. A comunidade deve ter hinários para cantar).
Hino: Cantai, cristãos...(HPD, 14.1-2 e 5), ou outro.
Mensageiro: (Sai da porta com a lâmpada acesa) - Sou mensageiro de Deus e trago-vos hoje importante mensagem: Deus mandou seu filho como homem ao nosso mundo, para nos salvar. Ele não está longe. Quereis encontrar-vos com Ele? Vou mostrar-vos o caminho.
Dona Satisfeita: (Entra apressada com uma grande sacola cheia de compras, pára de repente e olha para a sacola) - Oh! Agora esqueci o presunto. Vou voltar mais uma vez. É um bom trecho para caminhar. Mas sem mortadelas nos sanduíches? Que é que meu pessoal vai dizer? Vão reclamar muito. E como é que então poderíamos festejar o natal?
Mensageiro: - Perguntas como é que podes festejar o Natal? Eu sei. Entra por esta porta. Jesus está esperando por ti. Medita e conversa com Ele. Ele pode dar um novo sentido à tua vida.
Dona Satisfeita: - O quê? Minha vida não terá sentido? Tenho uma casa para cuidar. Tenho marido e filhos a quem devo oferecer um lar.
Mensageiro: - Ah! sim, tarefas tens e muitas preocupações. Mas estas não podem dar um sentido real à tua vida. A verdadeira alegria ainda te falta.
Dona Satisfeita:  A verdadeira alegria? Escuta, minha vida está cheia de alegrias, principalmente nestes dias de Natal. Realmente, não posso me queixar. Acabo de fazer compras. Olha: vinho, peru, doces, (deixa-o olhar na sacola). Comprei também lindos presentes para meu marido e também meus filhos. Eles vão vibrar de contentes. Hoje de noite teremos visita alegre. Amanhã vamos dormir mais tempo, de noite iremos ao baile. Após semanas de duro trabalho temos outra vez a alegria das festas. Isto dá sentido à minha vida.
Mensageiro: Está certo. És certamente uma verdadeira artista em arranjar  a tua vida. Mas vê: os anos correm e as alegrias da vida desaparecem com eles. A morte virá. E qual foi, então, o sentido da tua vida?
Dona Satisfeita:  Que pergunta boba. (Pausa. Pensa um pouco). Bem, confesso que as vezes, quando vejo pessoas, quando vejo pessoas doentes ou idosas, também me lembro disso. O senhor acha que Jesus...
Mensageiro: (Depressa insistindo)...pode dar sentido para tua vida. Ele também quer dar-te a vida eterna.
Dona Satisfeita: Sim, mas...
Mensageiro: deixa os teus receios. Entra e olha.
Dona Satisfeita: (dirige-se para a porta, mas recua assustada). Oh! Mas Jesus numa manjedoura! Que é que ele já pode dar para mim! Não, o meu lugar não é aqui. Preciso ir comprar mortadela para a janta de hoje a noite. Também este ano ela não vai faltar no cardápio. (Sai apressada por onde entrou).
Mensageiro: Lá vai ela, tão preocupada para que não falte nada no Natal. Mas o mais importante esquece. E eu não lhe posso ajudar.

Cena II
Senhor: (Vem um senhor gordo com duas malas pesadas; descansa as malas e limpa o suor do rosto). - Ai, como são pesadas estas malas. É sempre assim nestes dias de Natal. Os negócios vão bem, mas é uma afobação dos diabos. E este peso me arrebenta.
Mensageiro: Então estás bem aqui. A criança na manjedoura te convida para entrar e desabafar. Ela quer livrar-te do teu peso e encher o teu coração de alegria e paz.
Senhor: Como sinto saudades disso. Vou experimentá-lo. Só que não tenho muito tempo. Tempo é dinheiro.
Mensageiro: Aqui está a porta.
Senhor: Mas ela é muito estreita! Com minhas malas não consigo passar.
Mensageiro: Deixe-as aqui.
Senhor: As malas? Nunca na minha vida vou deixar as malas aqui abandonadas.
Mensageiro: Deixe-as. Jesus quer dar-te algo muito mais precioso: perdão e vida eterna.
Senhor: Não, não pode ser. As malas, o negócio. (Vai saindo com as malas). Mais tarde talvez, talvez.
Mensageiro: Então será tarde demais. (Senhor gordo sai). Ele recusou o convite. Não quis aceitar a graça de Deus. Prefere matar-se com o peso dos seus negócios.

Cena III
Doutor: (Entra com um livro grosso, óculos sobre o nariz, olha o céu). Este céu magnífico! Ó Deus, Criador. Como és grande e majestoso, tua glória preenche o espaço. Ó tu, a quem homem algum jamais viu, sinto que estás perto do meu espírito.
Mensageiro: Com licença! Se não me engano, estavas louvando a Deus. Deste Deus tenho, agora, uma mensagem para ti.
Doutor: Estás gozando?
Mensageiro: De jeito algum! Ele mesmo, o Deus Criador, humilhou-se e fez-se homem, igual a nós, para demonstrar o seu grande amor.
Doutor: Bobagem. Sou um homem que pensa e a minha razão me diz: Como é que o Deus do Universo que se manifesta em todo ser existente, poria vir a ser pessoa humana? A Deus eu trago-o aqui em meu peito!
Mensageiro: Em teu peito? Que ilusão! Se olhasses bem para dentro de ti mesmo, sentirias vontade de sumir-te de vergonha.
Doutor: O que? Sumir-me de vergonha? Mas isto é forte! Claro que a gente faz erro. Mas, afinal, errar é humano!
Mensageiro: Teu coração e o meu, desde que nascemos, estão longe de Deus. Se queres que Deus passe a morar dentro de ti, deves crer em Jesus Cristo, o Filho de Deus, nascido homem.
Doutor: Esta tese é bem interessante, mas não reconhecida. A ciência... um momento, já vou achar a passagem (folheia o livro) prova a existência de Deus. Mas como vou concluir que Jesus é o seu Filho?
Mensageiro: É melhor fechar o livro. A ciência não pode provar a Deus. O que é a sabedoria humana! Ela deve calar-se quando Deus fala, e ele nos fala por meio de Jesus. Entra por esta porta!
Doutor: (Fecha o livro) Poderia tentá-lo. Mas vejo que a porta é baixa demais. Ofenderia a minha honra curvar-me diante de uma criança. Vou consultar os meus colegas. Caso conseguirmos fundamentos científicos que comprovam a tua teoria, então voltaremos para ver a criança.
Mensageiro: Ó espírito humano! Enquanto não te curvares diante de Deus, não poderás conhecê-lo. (Boceja e senta. Na próxima cena já se encontra dormindo)

Cena IV
Senhora velha: (Entra, trajada pobremente e com bengala na mão) Ai, como me doem as pernas! Sinto calor, sinto fome! Não tenho onde morar! Não posso mais, vou sentar-me aqui e esperar a morte. (Acomoda-se longe do mensageiro).
Moço: Deixe-me passar por aí, velha. Vamos!
Velha: Calma moço!  Ainda vais chegar em tempo para a festa!
Moço: Que festa! Sabe o que é isto.(Tira do bolço uma arma) Adivinha o que vou fazer com isso?
Velha: Que vais fazer? Não vais...
Moço: Sim, ainda hoje vou me matar. A minha vida não tem sentido. Ainda bem que estou pronto com a vida.
Velha: Mas não é possível! Um homem jovem, forte. E isto agora no Natal. Não pode ser que estás pronto com a vida.
Moço: Bem, ainda não. Antes de disparar em mim, vou acertar contas com meu amigo. Ele também tem culpa que cheguei a este ponto. Foi ele que me levou ao mau caminho.
Velha: Mas não vais assassiná-los, vais?
Moço: (Bravo) Claro que vou. Vou afastá-lo da cerveja e das piadas. Irá no mesmo caminho que eu.
Velha: Que horror! E isto nos dias de Natal! Mas o que é que eu vou dizer?
Criança: (Vem correndo) Oh! ajude-me. Não acho mais o caminho para casa. A mãe estava nervosa e me mandou embora, porque estava muito desajeitada(o). Corri um pouco pela cidade. Olhei uma loja de brinquedos com o trensinho elétrico. Com isso esqueci o tempo e o caminho. A estas horas já deveria estar em casa para a janta.
Moço: Perdeu o caminho, heim? Pensas que vou levá-lo para casa? Vou puxar-te os cabelos, isto sim!
Velha: E eu não conheço a cidade. Sinto muito.
Criança: Mas o que é que eu vou fazer agora? Mas ali está um homem com uma lâmpada, dormindo. Vou acordá-lo. Talvez ele possa me ajudar. (Vai conversar com o mensageiro e pega o seu braço). Alo, senhor?
Mensageiro: (Levanta-se assustado) O quê? A minha lâmpada - deixei de... Não, ainda está acesa, que bom. Tive um sonho pesado: o julgamento de Deus. Mas ainda está acesa a minha lâmpada. (Dirige-se para a criança e pergunta) Que queres?
Criança: Queria só perguntar se por acaso não poderias mostrar-me o caminho para a minha casa.
Mensageiro: Ó, milagre! Ainda posso ter esperança. Sim, vem! A porta para a casa paterna está aberta. Deus chama, não passeis ao largo. Vinde! Entrai!
Velha: (Aproximando-se) Eu também?
Moço: (Aproximando-se também) E eu?
Mensageiro: Claro, todos. Deus convida os tristes, os sobrecarregados para ter comunhão com seu filho. Vinde e reconhecei. Então estareis realmente em casa.
Velha: Se for verdade... mas meu vestido está tão sujo e esfarrapado!
Mensageiro: Como estás pode vir.
Moço: Mas a minha honra...apanhou bastante!
Mensageiro: A Jesus podes dizer tudo. E ele pode dar do que precisa: perdão e vida nova. Vem! (Os três entram pela porta) (Após breve silêncio:) Como é que pude adormecer e desleixar assim a minha tarefa. Fui fraco. Vou entrar também. Talvez necessite mais que todos de suas dádivas. (Entra também).

Cena V
Mãe: (Agitada) Estou desesperada. Onde está a minha criança? Já corri por toda a parte e não a encontro. De certo se perdeu e alguma coisa lhe aconteceu. (Vai até a porta e escuta - uma canção que está sendo cantada lá dentro) Que porta é esta? E o canto? Parece que cheguei ao destino. Vou entrar ligeirinho. (Entra também).
Moço: (Saindo da porta) Comecei de novo. Esta noite foi abençoada. Vou já ao meu amigo, convida-lo para vir aqui também. Também ele deve ouvir e ver, para então continuar a sua vida como pessoa nova. Deus perdoa e também nós precisamos nos perdoar. (Afasta-se).
Mãe: (Mãe e criança saem juntos) Meu (Minha) menino (a)! Como sou feliz por ter deixado uma vez toda a agitação para trás, para então achar esta porta. Queira Deus de que nunca mais percamos o que aqui recebemos. Vamos para casa.
Criança: (Olhando para trás, vê a velha saindo). Mãe, esta senhora idosa aqui é tão pobre e não tem ninguém. Não poderíamos levá-la junto?
Mãe: Sim, é bom que lembres, meu (minha) filho (a). (Dirigindo-se para a velha) Senhora, venha junto conosco. Podes comer uma vez a vontade e descansar.
Velha: Oh! Como são bondosos!
Criança: Que vais fazer mais tarde?
Velha: Ora, criança, isto já não me preocupa mais agora. Tenho confiança em Deus, meu Pai, que nos deu o seu Filho. Ele sabe o que vai fazer comigo. Um dia vai me levar a sua casa celeste.
Criança: Tu deves ficar conosco. Vou mostrar-te os meus coelhinhos. O mais bonito vou dar-te de presente.
Mãe: Sim, vou arrumar-te um quartinho em nossa casa. Poderá ficar sempre conosco.
Velha: Ficar sempre em sua casa. Como posso pagar-lhe tanto amor?
Mãe: Este é dado por Deus e não precisa de pagamento.
Criança: Mãe, vamos para casa! Eu já não agüento mais de contente. (Todos saem).
Mensageiro: (Sai da porta com a lâmpada acesa). Também eu me sinto feliz, porque recebi novas forças para anunciar a boa nova. Vou levantar bem alto a minha lâmpada e chamar para dentro da escuridão do mundo:(Levanta a lâmpada e vai de encontro à platéia dizendo) Vinde todos, grandes e pequenos! Deixai toda a sabedoria própria. Reconhecei a vossa pobreza para que Deus possa dar a vós os seus presentes. Vinde para ter um encontro com Jesus - então tereis um natal abençoado!



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