E OS PASTORES
VIRAM A LUZ DA ESTRELA !
Autor desconhecido.
Origem: Paróquia
Evangélica Barranco
Personagens:
Beto
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Luiz
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Cassiano
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Sandra
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Luciana
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Ivan
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Ângelo
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José
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Maria
|
Cena I
O palco está escuro. Há apenas a luz de algumas velas que
vão sendo colocadas no chão à medida em que as personagens entram em cena. Ao
redor das velas, em semicírculo, reúnem-se as personagens.
Beto: (Entra
lentamente, trazendo uma vela acesa na mão e uma sacola com lanche na outra. Ah! Mais uma jornada de trabalho pela frente.
Pôxa, hoje sou o primeiro a chegar! Bom, vou esperar a companheirada. (Enquanto espera assobia algo)
Sandra: (Sandra e Cassiano entram juntos. Sandra
traz uma vela e uma sacola com lanches e Cassiano traz uma enxada). Oi
Beto, animado hoje?
Cassiano: E aí,
faz tempo que tu chegou até aqui?
Beto: É, já faz
um tempinho. Mas não tem problema, alguém tem que chegar primeiro.
Cassiano: Bom, deixa eu sentar um pouquinho também.
Vamos esperar os outros, né? Senta também, Sandra. (Sandra senta. Chegam Luiz e Ivan. Luiz está amparando Ivan no ombro,
pois ele está embriagado).
Sandra: (Levanta-se de sobressalto) Luiz! Ivan!
O que aconteceu? (Beto e Cassiano vão ao
encontro deles e ajudam a trazer Ivan para perto das velas. Deitam-no no chão).
Luiz: Encontrei
ele assim. Nem começou o serviço ainda e ele já está assim de novo... (Luiz se senta. Beto e Sandra estão juntos
de Ivan).
Cassiano: (Também
senta) É uma coisa séria! Ivan não aprende nunca. Acho que ele não quer se
ajudar!
Sandra: Olha,
Cassiano, não é bem assim. Penso que somos nós que não o ajudamos. Lembram de
ontem? Foram vocês que convidaram o Ivan para tomar um traguinho...
Beto: Eu não fiz
nada...
Sandra: Deixa
disso, Beto. Tu tá sempre tirando o corpo fora quando tem algo sério
acontecendo com a gente. Isso aí que acontece com o Ivan não é brincadeira não,
é doença e das brabas. (Todos ficam
quietos por um momento. De repente, vem chegando Luciana. Chega cantarolando
algo e está bem feliz).
Luciana: Oi
pessoal! Que bom ver vocês de novo. Vamos lá, trabalhar? Estou bem disposta
hoje... (chega perto de Sandra e diz somente para ela9 Ganhei uma carta do meu
namorado , ele quer falar comigo depois do serviço. Acho que vamos casar!(Sandra e Luciana se abraçam).
Luiz: IH! Olha as
duas ali. Vamos lá! (Batendo palmas)
É hora de trabalhar! O relógio tá correndo e a gente não pode perder tempo.
Beto: E o Ivan,
vamos deixar aqui?
Luciana: O que
houve com o Ivan? (Chega perto dele)
Nossa como ele está inchado, e que cheiro...
Luiz: Mas o caso
é sério Luciana. A Sandra disse algo muito certo, somos nós que temos que
ajudar o Ivan, mostrar para ele o que está acontecendo. Assim ele também vai
poder se ajudar.
Cassiano: Que
nada, o Ivan é um preguiçoso, vive reclamando, dizendo que nada dá certo. Que o
preço do leite é mixaria, que os médicos cobram demais, que o s remédios estão
caros. Isso tudo acontece porque ele não trabalha.
Sandra: Olha
gente, já faz vários anos que trabalhamos juntos aqui neste lugar, eu conheço
vocês todos e pelo que vi até agora, a gente trabalha parelho.
Beto: É verdade.
O Ivan é pegador também! Não dá prá dizer que ele é vagabundo...
Luiz: Eu concordo
com tudo que vocês estão dizendo, mas acontece que a gente não tem uma união
forte. A gente não quer conversar e trocar idéias sobre o trabalho da gente,
sobre a vida da gente.
Beto: Mas a gente
não tem tempo também,,,
Sandra: Que papo
furado é esse Beto? Tempo a gente tem. Só que a maioria gasta o tempo em
bobagens que não levam a lugar nenhum. A gente tem que colocar prioridades na
vida.
Luciana: Mas o
que me deixa triste é que são poucas pessoas que valorizam o nosso trabalho
feito aqui fora. Muita gente de lá, ri de nós, acham graça do nosso jeito de
falar, de andar, de se vestir...
Cassiano: Muitos
acham que tem o direito de explorar a gente...
Luciana: Falando
nisso, olhem lá! Vem chegando alguém... e parece ser de lá...(Todos ficam bem
perto uns dos outros. Ângelo chega onde eles estão e fica de frente para eles)
Ângelo: E aí
companheirada, tudo bem com vocês?
Cassiano: Que companheirada que nada. Por que é que teu
patrão te mandou prá cá? Prá nos explorar?
Ângelo: Patrão?
Explorar? Não! Nada disso! Vocês tem um pouco de água prá beber? Estou com uma
sede danada. (uns olham para os outros. Sandra pega sua sacola e tira uma
térmica com água e oferece a Ângelo)
Sandra: Pega,
pode tomar, a água é bem fresquinha.
Beto: Mas o que
faz por aqui?
Ângelo: Meu nome
é Ângelo. Estou caminhando estrada afora trazendo uma notícia muito boa para
vocês. (Levanta-se, abre os braços e diz
bem alto). Hoje nasceu um menino!
Luciana: Grande coisa, a cada momento nascem meninos e
meninas...
Ângelo: Mas este
é especial, bom vou ter que continuar
minha caminhada. Se vocês quiserem ir ver o menino, sigam aquela estrela
que está brilhando ali no céu. Tchau! (Ângelo sai e todos olham para cima)
Cassiano: Esse
Ângelo deve ser maluco. Não vejo nenhuma luz, nenhuma estrela... (Todos voltam a se sentar ao redor das
estrelas, Ivan começa a se levantar).
Ivan: Oi turma (Fala meio sem jeito)! É, pelo jeito
aprontei uma boa prá vocês hoje!
Sandra: (Se aproximando de Ivan) Oi Ivan! Que
bom que estás melhor agora!
Luiz: Tu nos
ensinaste uma porção de coisas com o que aconteceu contigo...
Beto: É, ficamos
conversando sobre o que acontece com a nossa vida e percebemos que só vamos Ter
vida se a gente se ajudar um ao outro.
Luciana: Como é
importante ter companheiros e companheiras para se discutir as coisas do
trabalho, da vida, planejar o futuro...
Cassiano: Repartir
as aflições sem Ter a necessidade de se embriagar e de se drogar.
Ivan: Mas que bom
acordar desse jeito. Faz tempo que eu estava esperando mãos amigas para me
ajudar. Que bom! Vocês me ajudam e eu ajudo vocês! Assim a gente em conjunto
enxerga uma luz que traz vida prá gente!(Ao
terminar a fala de Ivan, uma forte luz brilha sobre o grupo).
Luciana: A
estrela... a luz...
Cassiano: O
menino nasceu...
Beto: Então é
verdade...
Sandra: Vamos lá!
Vamos ver o que essa luz tem a nos mostrar! (Todos
saem correndo. Fecham-se as cortinas. É montada uma estrebaria. José e Maria se
colocam em cena. Abrem-se as cortinas)
Cena II
O grupo entra correndo. Trazem em suas mãos pacotes de
presente. Param repentinamente de correr e, lentamente, vão se aproximando da
manjedoura. Nesta cena são os gestos que
vão transmitir a mensagem. Cabe ao grupo
usar a sua criatividade e expressar o sentimento de Natal com seus próprios
gestos. Também por meio de gestos, é feita a entrega dos presentes a Jesus:
batata, leite, bolo, casaquinho de lã feito a mão, etc. O gesto final é: todos
se abraçam ao redor da manjedoura, formando um semicírculo. Ângelo entra em
cena.
Ângelo: Mas que
bom encontrar vocês aqui. Eu sabia que vocês iriam enxergar a luz da estrela de
Natal. Que bom que vocês pegaram parte do seu tempo para vir aqui, visitar este
menino. Estou vendo que trouxeram presentes para ele! Com certeza são coisas
que vocês mesmos produziram. O menino vai ficar contente com tudo isso. Que
gesto maravilhoso é este que vocês demonstraram hoje. E que bom, que vieram
vocês todos! Que bom que trouxeram o Ivan junto, mostrando seu valor! Vocês
querem saber nome do menino? É Jesus!
(Logo depois o grupo canta: Uma outra canção de Natal).
Uma outra canção de
Natal
A cada momento que passa, no passo do que há de vir,
Mais claro ainda fica o rumo que vamos seguir.
Uma estrela vai se acender para que a esperança
Não morra e faça nascer de novo a criança.
E em meio aos que eram famintos, muito pão vai sobejar.
As vinhas cederão seus frutos para nos alegrar.
E a terra será lugar prá
trabalho e festanças,
E livres poderão crescer todas as crianças
O cativeiro ficará apenas na memória .
Do povo de boa vontade numa nova história.
Pois um dia uma estrela caiu no curral.
É Natal! É Natal!
É Natal! É Natal
FIM
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