sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Natal 34

E OS PASTORES VIRAM A LUZ DA ESTRELA !

Autor desconhecido.
Origem: Paróquia Evangélica Barranco

Personagens:

Beto
Luiz
Cassiano
Sandra
Luciana
Ivan
Ângelo
José
Maria

Cena I
O palco está escuro. Há apenas a luz de algumas velas que vão sendo colocadas no chão à medida em que as personagens entram em cena. Ao redor das velas, em semicírculo, reúnem-se as personagens.
Beto: (Entra lentamente, trazendo uma vela acesa na mão e uma sacola com  lanche na outra.  Ah! Mais uma jornada de trabalho pela frente. Pôxa, hoje sou o primeiro a chegar! Bom, vou esperar a companheirada. (Enquanto espera assobia algo)
Sandra: (Sandra e Cassiano entram juntos. Sandra traz uma vela e uma sacola com lanches e Cassiano traz uma enxada). Oi Beto, animado hoje?
Cassiano: E aí, faz tempo que tu chegou até aqui?
Beto: É, já faz um tempinho. Mas não tem problema, alguém tem que chegar primeiro.
Cassiano:  Bom, deixa eu sentar um pouquinho também. Vamos esperar os outros, né? Senta também, Sandra. (Sandra senta. Chegam Luiz e Ivan. Luiz está amparando Ivan no ombro, pois ele está embriagado).
Sandra: (Levanta-se de sobressalto) Luiz! Ivan! O que aconteceu? (Beto e Cassiano vão ao encontro deles e ajudam a trazer Ivan para perto das velas. Deitam-no no chão).
Luiz: Encontrei ele assim. Nem começou o serviço ainda e ele já está assim de novo... (Luiz se senta. Beto e Sandra estão juntos de Ivan).
Cassiano: (Também senta) É uma coisa séria! Ivan não aprende nunca. Acho que ele não quer se ajudar!
Sandra: Olha, Cassiano, não é bem assim. Penso que somos nós que não o ajudamos. Lembram de ontem? Foram vocês que convidaram o Ivan para tomar um traguinho...
Beto: Eu não fiz nada...
Sandra: Deixa disso, Beto. Tu tá sempre tirando o corpo fora quando tem algo sério acontecendo com a gente. Isso aí que acontece com o Ivan não é brincadeira não, é doença e das brabas. (Todos ficam quietos por um momento. De repente, vem chegando Luciana. Chega cantarolando algo e está bem feliz).
Luciana: Oi pessoal! Que bom ver vocês de novo. Vamos lá, trabalhar? Estou bem disposta hoje... (chega perto de Sandra e diz somente para ela9 Ganhei uma carta do meu namorado , ele quer falar comigo depois do serviço. Acho que vamos casar!(Sandra e Luciana se abraçam).
Luiz: IH! Olha as duas ali. Vamos lá! (Batendo palmas) É hora de trabalhar! O relógio tá correndo e a gente não pode perder tempo.
Beto: E o Ivan, vamos deixar aqui?
Luciana: O que houve com o Ivan? (Chega perto dele) Nossa como ele está inchado, e que cheiro...
Luiz: Mas o caso é sério Luciana. A Sandra disse algo muito certo, somos nós que temos que ajudar o Ivan, mostrar para ele o que está acontecendo. Assim ele também vai poder se ajudar.
Cassiano: Que nada, o Ivan é um preguiçoso, vive reclamando, dizendo que nada dá certo. Que o preço do leite é mixaria, que os médicos cobram demais, que o s remédios estão caros. Isso tudo acontece porque ele não trabalha.
Sandra: Olha gente, já faz vários anos que trabalhamos juntos aqui neste lugar, eu conheço vocês todos e pelo que vi até agora, a gente trabalha parelho.
Beto: É verdade. O Ivan é pegador também! Não dá prá dizer que ele é vagabundo...
Luiz: Eu concordo com tudo que vocês estão dizendo, mas acontece que a gente não tem uma união forte. A gente não quer conversar e trocar idéias sobre o trabalho da gente, sobre a vida da gente.
Beto: Mas a gente não tem tempo também,,,
Sandra: Que papo furado é esse Beto? Tempo a gente tem. Só que a maioria gasta o tempo em bobagens que não levam a lugar nenhum. A gente tem que colocar prioridades na vida.
Luciana: Mas o que me deixa triste é que são poucas pessoas que valorizam o nosso trabalho feito aqui fora. Muita gente de lá, ri de nós, acham graça do nosso jeito de falar, de andar, de se vestir...
Cassiano: Muitos acham que tem o direito de explorar a gente...
Luciana: Falando nisso, olhem lá! Vem chegando alguém... e parece ser de lá...(Todos ficam bem perto uns dos outros. Ângelo chega onde eles estão e fica de frente para eles)
Ângelo: E aí companheirada, tudo bem com vocês?
Cassiano: Que companheirada que nada. Por que é que teu patrão te mandou prá cá? Prá nos explorar?
Ângelo: Patrão? Explorar? Não! Nada disso! Vocês tem um pouco de água prá beber? Estou com uma sede danada. (uns olham para os outros. Sandra pega sua sacola e tira uma térmica com água e oferece a Ângelo)
Sandra: Pega, pode tomar, a água é bem fresquinha.
Beto: Mas o que faz por aqui?
Ângelo: Meu nome é Ângelo. Estou caminhando estrada afora trazendo uma notícia muito boa para vocês. (Levanta-se, abre os braços e diz bem alto). Hoje nasceu um menino!
Luciana:  Grande coisa, a cada momento nascem meninos e meninas...
Ângelo: Mas este é especial, bom vou ter que continuar  minha caminhada. Se vocês quiserem ir ver o menino, sigam aquela estrela que está brilhando ali no céu. Tchau! (Ângelo sai e todos olham para cima)
Cassiano: Esse Ângelo deve ser maluco. Não vejo nenhuma luz, nenhuma estrela... (Todos voltam a se sentar ao redor das estrelas, Ivan começa a se levantar).
Ivan: Oi turma (Fala meio sem jeito)! É, pelo jeito aprontei uma boa prá vocês hoje!
Sandra: (Se aproximando de Ivan) Oi Ivan! Que bom que estás melhor agora!
Luiz: Tu nos ensinaste uma porção de coisas com o que aconteceu contigo...
Beto: É, ficamos conversando sobre o que acontece com a nossa vida e percebemos que só vamos Ter vida se a gente se ajudar um ao outro.
Luciana: Como é importante ter companheiros e companheiras para se discutir as coisas do trabalho, da vida, planejar o futuro...
Cassiano: Repartir as aflições sem Ter a necessidade de se embriagar e de se drogar.
Ivan: Mas que bom acordar desse jeito. Faz tempo que eu estava esperando mãos amigas para me ajudar. Que bom! Vocês me ajudam e eu ajudo vocês! Assim a gente em conjunto enxerga uma luz que traz vida prá gente!(Ao terminar a fala de Ivan, uma forte luz brilha sobre o grupo).
Luciana: A estrela... a luz...
Cassiano: O menino nasceu...
Beto: Então é verdade...
Sandra: Vamos lá! Vamos ver o que essa luz tem a nos mostrar! (Todos saem correndo. Fecham-se as cortinas. É montada uma estrebaria. José e Maria se colocam em cena. Abrem-se as cortinas)

Cena II
O grupo entra correndo. Trazem em suas mãos pacotes de presente. Param repentinamente de correr e, lentamente, vão se aproximando da manjedoura. Nesta cena  são os gestos que vão transmitir a mensagem.  Cabe ao grupo usar a sua criatividade e expressar o sentimento de Natal com seus próprios gestos. Também por meio de gestos, é feita a entrega dos presentes a Jesus: batata, leite, bolo, casaquinho de lã feito a mão, etc. O gesto final é: todos se abraçam ao redor da manjedoura, formando um semicírculo. Ângelo entra em cena.
Ângelo: Mas que bom encontrar vocês aqui. Eu sabia que vocês iriam enxergar a luz da estrela de Natal. Que bom que vocês pegaram parte do seu tempo para vir aqui, visitar este menino. Estou vendo que trouxeram presentes para ele! Com certeza são coisas que vocês mesmos produziram. O menino vai ficar contente com tudo isso. Que gesto maravilhoso é este que vocês demonstraram hoje. E que bom, que vieram vocês todos! Que bom que trouxeram o Ivan junto, mostrando seu valor! Vocês querem saber nome do menino? É Jesus! (Logo depois o grupo canta: Uma outra canção de Natal).

Uma outra canção de Natal
A cada momento que passa, no passo do que há de vir,
Mais claro ainda fica o rumo que vamos seguir.
Uma estrela vai se acender para que a esperança
Não morra e faça nascer de novo a criança.
E em meio aos que eram famintos, muito pão vai sobejar.
As vinhas cederão seus frutos para nos alegrar.
E a terra será lugar prá  trabalho e festanças,
E livres poderão crescer todas  as crianças
O cativeiro ficará apenas na memória .
Do povo de boa vontade numa nova história.
Pois um dia uma estrela caiu no curral.
É Natal! É Natal!
É Natal! É Natal
FIM


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