sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Natal 18

CRISTO NO INSS
Cenário: É importante lembrar o tempo em que a história se passa: hoje. Roupas de acordo. As demais exigências de cenário ficam a critério do grupo.
Narrador: Vamos supor que José fosse um dos nossos carpinteiros de hoje, correto no trabalho e pronto a pagar INSS sem pestanejar, e Maria em dado momento fosse dar à luz no Instituto.
Maria sentiu as dores, e José saiu correndo à procura de um taxi, porque se fosse pedir ambulância, ela só chegaria junto com o Certificado de Reservista do filho.
Quanto tempo José passou de braço estendido, pedindo para um carro parar? (Com chuva, então, alguns passariam bem perto, só para jogar lama). José ficou uma, duas horas, até que de repente uma alma caridosa brecou, botou a cara fora da janelinha do carro e soltou uma pergunta:
Motorista:  Para onde o senhor vai?
José: Pra maternidade!
Motorista: Fica longe ou perto?
José: Mais ou menos!
Motorista: Mais ou menos não é resposta. Pra que lado é?
Narrador: José sentiu-se interrogado por Herodes, só faltava pedir carteira de identidade e título de eleitor!
José: É para o centro da cidade!
Motorista: Ah! Então não vai dar, agora eu só posso ir pra Lapa.
Narrador: Gozado, quem escolhe pra onde vai não é passageiro, mas o motorista.
José: Minha mulher vai ter criança!
Motorista: E daí???
José: Daí que o Filho de Deus vai nascer!
Motorista: Filho de quem?
José: Filho de Deus ... Deixa, pode deixar, esquece, pode ir pra Lapa.
Narrador: Não houve lugar para José no carro e muito menos para Jesus no coração daquele homem. Finalmente surgiu um louco sem pressa num mundo apressado e abriu exceção pra levar José e Maria. No hospital, José pediu informações de guichê em guichê, de andar em andar, enquanto Maria contorcia-se em dores. Depois de tanto sobe e desce descobriram funcionário responsável pela irresponsabilidade dos responsáveis.
Funcionário: Senhor José de Nazaré, infelizmente não podemos internar sua mulher.
José: Por quê? Ela está precisando pra já!
Funcionário: O Senhor tem convênios com Unimed?
José: Não. Pertenço ao INSS!
Funcionário: Ah! Mas para baixar pelo INSS temos vagas limitadas e é só para daqui há uma semana. É preciso entrar na fila, pegar uma ficha e aguardar.
José: Mas, senhor! Não dá para esperar. Não se pode escolher para ficar doente ou para ter filhos. E eu estou contribuindo com o INSS.
Funcionário: Tem outro jeito. Tens dinheiro pra pagar.
José: Eu sou pobre! Então quer dizer que...
Maria: Sem dinheiro o Filho de Deus não nasce!
Funcionário: O quê?
José: Nada, não é nada. A gente vai tentar de outro jeito.
Maria: Onde vamos, José?
José: Sei lá, sei que na estrebaria das pencas, por certo, também não nos vão aceitar.
Narrador: Maria, com dores, e José, impaciente com a burocracia das pessoas, saíram zanzando por ruas, hospitais. El alguns prontos-socorros os médicos diziam:
Médico: Se tivesse vindo uns 6 meses atrás a gente tirava a criança.
Narrador: Mas eis que surge um louco sem pressa no mundo apressado, e de uma forma ou outra Maria foi colocada numa casa entre tantas. O sujeito sabia que o Instituto fora feito para atender mesmo sem entender a desonestidade da previdência. Num canto apareceu uma senhora que lhe repetiu:
Senhora: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre” (Lucas 1.42).
Leitor: Esta história é muito atual. Diariamente homens e mulheres têm problemas por causa do INSS, SUS ou FUNRURAL. Batem de hospital em hospital e o atendimento médico lhes é negado. Diariamente milhares de crianças morrem no mundo inteiro. Morrem de fome, pela guerra, por maus tratos. Hoje, as crianças sofrem os mais variados tipos de violência. Hoje existem milhares de barracões onde a miséria é gritante, onde nascem crianças que pedem por alimentos que os pais não lhes podem dar.
 Maria, hoje, é toda mulher simples e sofredora. José, hoje, é todo homem operários e trabalhador que luta de sol a sol para receber um salário mínimo e comprar leite para as crianças, comida, pagar aluguel, pagar escola, fazer a contribuição da Igreja e sindicato...
Jesus, hoje, está em cada criança que nasce na humildade. Jesus, hoje, está em cada pessoa que sinceramente se reúne com outros em torno da mensagem ensinada por Deus através de seu filho.
A estrela indica a luz. A luz atinge todos aqueles que sinceramente louvam e adoram ao Cristo que mostrou o caminho da esperança e da libertação da pessoa.
Também hoje nem todos reconhecem a luz de Cristo. Muitos buscam a um deus rico. Também hoje existe “Herodes” que ameaça
Cabe-nos, nesta hora, refletir e analisar onde nos encontramos.
Os magos e o povo simples se ajoelharam diante de Cristo. Hoje os cristãos reconhecem a Cristo como o Salvador. Pois foi Cristo que disse: “Vocês são a luz do mundo. Não se acende uma vela para se colocar debaixo da cama. Mas se coloca no lugar mais alto para que ilumine todos os que estão na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
Você também está convidado para ser luz neste mundo, neste Natal, para alguém.





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