PERSONAGENS:
Lídia (irmã): alegre, bem-humorada, cheia de esperança.
Participa do grupo de jovens e do Grupo de Louvor.
Márcio (irmão): Gozador, irônico, não quer saber de
nada: nem de Igreja, nem de trabalho.
Paulo (pai): desempregado, bastante desanimado e
descrente.
Laura (mãe): faz doces, salgados, tricô e crochê
para “segurar as contas” da casa.
Maria e José: retirantes,
estão vindo para a cidade em busca de emprego. Maria está nos últimos dias de
gravidez.
CENA I
(Lídia está sentada à mesa, escrevendo algo em um papel.
De vez em quando levanta a cabeça, pensativa, “buscando” as melhores palavras.
Márcio entra, espia por cima dos ombros de Lídia. Começa a gozar dela):
Márcio – Ih, já começou de novo, hein? Deixa eu ver...(lê
o que Lídia está escrevendo) ... “Peça de Natal”. O que é isso, mana? Agora
está dando uma de escritora? E logo de peça de Natal... Cuidado, viu, porque se
lá em Holliwood o povo fica sabendo, vão indicar você para o Oscar...
Lídia – Pode gozar, viu, maninho. Não estou nem aí pra sua
gozação. Eu estou mais preocupada em terminar esta peça de Natal do grupo de
jovens. Preciso terminar ainda hoje, pois amanhã começo a trabalhar. Ah, e quer
saber? Ela está ficando óóótima!
Márcio – Agora me diz uma coisa: Peça de Natal não é tudo
igual, não? É só colocar um bando de pessoas fantasiadas ajoelhadas ao redor de
uma boneca de plástico, coloca o “Gingo Bels” de fundo, uma ou duas ovelhas
fazendo sujeira dentro da Igreja e está
pronto o teatro. Até eu, que nunca vou à Igreja, consigo escrever este teatro!
Lídia – Pois é mano, bem lembrado!!! Você nunca vai à Igreja. Mas, sabe,
ainda está em tempo. Você faz muita falta no grupo de jovens. E bem que você
podia entrar no Grupo de Louvor, pois só temos dois rapazes cantando.
Márcio – Eu, hein? Não tenho tempo a perder com estas
baboseiras... (Levanta para pegar biscoitos na mesa. Parece curioso com o que
Lídia está escrevendo. Lê novamente) Ô, Lídia, porque você não aceita o meu
palpite e coloca as ovelhas na Igreja? Porque a sua peça teatral ainda está na
primeira página. Desse jeito, você só vai terminar para o Natal do ano 3.000.(Fala
com tom bem gozador)
Lídia – (Parando de escrever) Não é nada disso Márcio. Eu
não quero fazer simplesmente a cena do presépio, se bem que é uma história
linda!! Eu quero poder transmitir para as pessoas esse sentimento de esperança
que vem com o Natal. Mas não é esperança em qualquer coisa, não, viu? É
esperança que vem da certeza de que Deus está conosco em todos os momentos,
mesmo nos mais difíceis da vida. (Levanta, animada, e começa a gesticular,
“imaginando” a peça) Até já posso ver as pessoas saindo da Igreja, alegres,
animadas com a beleza e a emoção de verem o nosso Senhor nascendo. Vai ser
lindo! Vou colocar umas luzes de fundo... Maria e José abraçando Jesus vão
transmitir tanta paz, tanta esperança...
Márcio (interrompendo, irritado) – Isso é conversa!!
Porque você não conta essa historinha pro nosso pai, hein? Quem sabe isso não
deixa ele mais animado, depois de dois anos desempregado... Isso é conversa
mole!
(Lídia vira-se para responder ao irmão, mas nesse
instante alguém bate palmas na frente de casa. Os dois irmãos vão ver. É um
casal vestido com simplicidade e pobreza, porém limpos. Aos pés deles, uma
pequena trouxa de roupas. Estão de mãos dadas, parecem cansados. O homem
procura amparar a mulher, que parece estar nos últimos dias de gravidez).
José – Bom dia! Será que a mocinha podia deixar minha
esposa sentar um pouco e tomar um copo de água? Ela está muito cansada...
Lídia – (Bastante solícita) Claro! Entrem, por favor. A
senhora pode sentar aqui, na minha cadeira. (Enche um copo e alcança para ela)
Aqui está a água.
(A mulher bebe em silêncio. José afaga os seus
cabelos, tentando confortá-la. Enquanto isso, Márcio começa a ler uma revista,
sentado na cadeira. De vez em quando, olha para o grupo).
José – Pronto, Maria. Você já vai se sentir melhor.
Depois nós vamos continuar procurando. (José fala com Márcio e Lídia) Será que
vocês não sabem de algum dormitório ou casa onde podemos ficar? Tem que ser
algum lugar que eu posso pagar depois de arrumar emprego, sabe? Na noite
passada nós não encontramos nada...
Lídia – Mas e vocês dormiram onde?
Maria – Nós dormimos lá na Rodoviária. Até foi bom,
pois tinha outras pessoas que não conseguiram lugar para dormir...
Márcio retruca, irônico – Mas também, quem mandou vocês
virem para a cidade, sem dinheiro, sem emprego nem lugar para ficar? Ainda mais
com uma mulher grávida! Por que não ficaram lá na terra de vocês?
José – Realmente, não foi uma boa ideia virmos para a
cidade. Mas lá na roça já não tínhamos chance. Nossa família é grande, a roça é
pequena. Lá eles já estão passando fome. Então a Maria e eu resolvemos vir para
a cidade. Não queríamos ser um peso para os nossos parentes, ainda mais agora
com a criança. Eu tinha em vista um emprego como servente de pedreiro, tinha
moradia e tudo. Mas ontem, quando nós chegamos lá, o homem começou a reclamar.
Disse que não queria mulher grávida na obra, que isso ia ser incomodação com a
Justiça do Trabalho, e que ele não tinha tempo para ficar levando mulher para o
hospital... E aí nós ficamos na rua...
(Mara baixa a cabeça, chora baixinho. José a abraça).
José – Não chora, Maria. Tenha fé em Deus, que nós vamos
achar um lugar para nós, eu tenho certeza!
Maria – Mas ontem nós já procuramos tanto, José. Eu estou
com tanto medo! Nessa época de Natal, ninguém mais contrata ninguém, ainda mais
com mulher grávida! Tenho medo de nosso filho nascer na rua! O que vai ser de
nós, José?
(Lídia interrompe, procurando transmitir esperança)
Lídia – Mas isso não vai acontecer de jeito nenhum! Seu
bebê vai nascer num lugar bem seguro, eu tenho certeza disso. Tenham fé em
Deus, Ele vai mostrar o caminho a vocês. (fica pensativa um momento) Olhem, eu
tive uma ideia. Porque vocês não ficam aqui em casa por uns tempos, até José
arrumar emprego?
Márcio (mostrando bastante surpresa) – Aqui??? Aqui em
casa, Lídia? Você ficou louca??? Onde você vai colocar os dois? No meu quarto é
que não, viu? Já pensou se eles amassam uma das minhas latinhas da coleção?
Lídia (interrompendo) - Não se preocupa, não, mano.
Se o José, a Maria e o bebê não se incomodarem, eles podiam ficar lá na
garagem. Igual, depois que o pai vendeu o carro, aquilo está abandonado.
(vira-se para o casal) Olhem, é tudo muito simples, mas ontem mesmo eu fiz uma
boa faxina lá, e tem até uma cama de casal desmontada. É só montar e “taram”!!!
O quarto de vocês já vai estar pronto! Que tal, aceitam?
(Maria e José se olham, ansiosos)
Maria – Mas e os pais de vocês, não vão se incomodar? Nós
não queremos atrapalhar vocês...
Márcio – É, mana, o pai não vai gostar nada disso. (começa
a gozar) Já imaginou ele dando uma de parteiro bem na noite de Natal? Essa eu
pagava pra ver...
Lídia- Pois eu tenho certeza de
que todos vão gostar muito. José, Maria, aqui em casa “quase” todos sabem o que
é passar por dificuldades (aponta, significativa para o irmão). Venham comigo,
deixem que eu carrego esta trouxa de roupas. (Lídia pega a trouxa de roupas e
sai com o casal. Fecham-se as cortinas).
CENA
II
Lídia continua escrevendo a peça, Márcio faz de conta que
lê uma revista. O pai e a mãe deles vão chegando em casa. Paulo (o pai)
senta-se na cadeira, tira os sapatos, faz cara de dor.
Paulo – Ai, que dor! Esses sapatos estão me
matando! Também depois de um dia inteiro caminhando! Lídia, por favor, traz uma
cadeira para eu erguer os pés.
Lídia traz uma cadeira, senta, pega os pés do pai e faz
uma massagem enquanto conversa.
Lídia – Como é que estava o dia de vocês? Paizinho,
conseguiu alguma coisa?
Paulo – Claro que não, filha. Sabe quando eles vão
dar trabalho para um velho acabado e sem estudo como eu? Nunca! (parece bem desanimado) Márcio, traz um copo
de água para o teu pai, por favor.
Márcio levanta, de má vontade, e faz o que o pai pediu.
Logo senta de novo e volta a ler a revista. Enquanto isso, Laura (a mãe) começa
a colocar a mesa do jantar.
Laura – Teu pai não vai conseguir emprego nenhum
desse jeito, filha. Ele já chega desanimado nos lugares, não consegue mostrar
entusiasmo para as pessoas. Sabem onde eu encontrei ele hoje? Estava lá no
boteco, conversando com os outros desempregados do bairro. Se eu demorasse um
pouco mais, sabe lá o que o seu pai estaria bebendo? (faz um gesto
significativo, como se estivesse levando um copo à boca)
Paulo – Ôh, Laura, já faz um ano que eu só bebo
leite! É a maior gozação lá no boteco. Sabe como o pessoal me chama quando eu
entro lá? “Aí vem o terneiro da Laura”. Mas olha, eu até gosto, sabe? Nunca
mais quero ficar “de cara cheia”.
Lídia olha para o pai com carinho e amor.
Lídia – Não, mãe, eu tenho certeza de que o pai não
vai mais voltar a beber. Mas paizinho, a mãe tem razão. Você está tão
desanimado, que não consegue mostrar para as pessoas que você é um homem
honesto, um cara legal, um ótimo profissional. Além disso, é o melhor pai do
mundo! (repete com ênfase) Do mundo inteirinho, viu?
Paulo – Puxa, Lídia, só você para levantar o meu
moral depois de um dia como hoje. Eu até já me sinto melhor. Obrigado, filha.
Márcio (fala debochado, como sempre) – Não vai se
alegrando, não, pai. Ela só falou isso porque tem uma “bomba” para vocês. Mas
eu já vou avisando: não tive nada a ver com isso, e sou totalmente contra a ideia,
viram?
Paulo olha para a filha:
Paulo – O que aconteceu de tão grave, filha?
Lídia – Pai, mãe, não é nada tão grave assim como o
Márcio está falando. É que eu convidei um casal para ficar uns tempos conosco.
Eles estão sem saída, pai. O homem perdeu o emprego que tinha em vista. Eles
não têm nem o que comer, nem onde dormir. E a mulher está quase no final da
gravidez. (segura na mão do pai, implorando) Pai, eles podem ficar na garagem
até o José encontrar emprego, não é? Mãe, a Maria não tem nem um lençol velho
para enrolar aquela criança, quando nascer. Vocês vão deixar eles ficarem aqui,
não é? Pelo menos até o Natal...
Paulo olha preocupado para Laura.
Paulo – Mas o que nós vamos dar para eles comerem?
Nossa, filha, que situação você arrumou para nós! (Márcio olha gozador para a
irmã, e ela olha com ansiedade para a mãe).
Laura – Não te preocupa com a comida, velho. Onde
comem quatro, podem muito bem comer seis. A Lídia está certa, não dá para deixar
uma mulher grávida na rua. Além do mais, eu entreguei hoje um enxoval de
bordado para a Mirtes. Ela vai me pagar na segunda. Também tenho umas
encomendas de doces para o fim-de-semana. Quem sabe até essa moça, essa Maria,
pode me ajudar a preparar os doces. Eu tenho sempre tanto trabalho... Além do
mais, o seu irmão pode ficar um mês ou dois sem comprar aquele monte de
porcarias. Será que eles já comeram hoje? Filha, vá lá convidá-los para o
jantar. Filho, anda, coloca mais dois pratos na mesa. Paulo, você não vai lavar
as mãos? Vamos, vamos, gente, que a
comida já está pronta!
Lídia levanta, alegre, e dança de alegria.
Lídia – Oba, que legal! Obrigada, mãe e pai,
“valeu” mesmo. Sabem que até já tive uma nova ideia para a peça de Natal?
(Quando está saindo para e ainda comenta com a mãe)
Lídia – Mãe, você reparou no nome dos dois? José e
Maria. Maria grávida... Quem sabe Deus não quer dizer algo mais para nós com
este casal aqui, não é mesmo?
Laura – Como assim, Lídia? Eu não entendi.
Lídia – Ô, mãe. O Natal é daqui a alguns dias. Quem
sabe Deus não mandou este casal hoje aqui, para podermos reviver os sentimentos
de Maria e José naquele dia tão especial! Acho até que o pai vai ficar mais
animado, viu?
Laura (pensativa) É,
filha, quem sabe você tem razão... Mas agora chega de sonhar. Caia das nuvens e
vá chamar o casal, pois a comida já está esfriando! (dá um tapinha carinhoso em
Lídia, que sai, feliz).
CENA III
O casal entra para o jantar. Todos se sentam à mesa. A família
faz a oração:
Todos – Ó vem, Senhor Jesus, seja nosso convidado.
E tudo o que nos dás seja por ti abençoado. Amém.
Paulo - José,
Maria , por favor sirvam-se.
José fala enquanto Maria serve-se.
José – Obrigado, “seu” Paulo. O senhor desculpe a
invasão. Nós realmente não queremos incomodar. Se o senhor quiser, amanhã mesmo
vamos embora.
Paulo – De jeito nenhum. Sabe, José, nós aqui em
casa sabemos o que é passar por dificuldades (Lídia olha vitoriosa para Márcio,
que baixa a cabeça). Podemos imaginar o que vocês estão passando. Vocês podem
ficar aqui em casa o tempo que acharem necessário. Nós é que pedimos desculpas
pelas acomodações tão simples, mas se vocês não se importarem de dormir na
garagem, podem ficar aqui.
Maria – Muito obrigada, seu Paulo, dona Laura. A
garagem é bem melhor que a casa onde nós morávamos. Sabem, eu estava me
sentindo tão mal, já me sinto até
melhor.
Márcio – (levanta, assustado) O quê? Já está
passando mal? Meu Deus, chamem uma parteira! Mãe, coloca água para ferver!
Lençóis! Precisamos de lençóis!!! (Corre de um lado para o outro, apavorado,
como se Maria estivesse para dar à luz.)
Todos riem, e Maria responde:
Maria – Não é nada disso, Márcio. Eu estava
passando mal, sim, mas era de fome!
Lídia – (gozando do irmão) Quer dizer então que
temos um parteiro de primeira em casa!
Márcio – Não goza, não, que isso não tem graça
nenhuma! (cruza os braços, emburrado)
Paulo – Filho, desamarra esse burro e vem comer,
que hoje é teu dia de lavar a louça. Seu José, amanhã eu vou levar o senhor
numa obra aqui perto de casa. Eles estão precisando de servente de pedreiro. Eu
já sou meio velho para o cargo, mas o senhor, eu acho que eles vão contratar.
Laura – Isso mesmo, Paulo, leva ele lá. Eu estou
pensando também em falar com as mulheres da Igreja sobre a situação da Maria.
Quem sabe as mulheres não conseguem juntar algumas roupas de bebê para esta
criança que está para nascer. Vocês já sabem se é menino ou menina?
Maria – Ainda não sabemos, não. Mas contanto que
venha com a bênção de Deus, pouco importa se é menino ou menina.
Lídia – Isso mesmo, Maria. O mais importante é
nascer e crescer na bênção de Deus! Por falar nisso, pai e mãe, não esqueçam da
celebração de Natal. Vai ser às oito horas.
Paulo – Pode deixar, filha. Esse ano, vamos todos à
Igreja. Todos, ouviu, Márcio? Nada de inventar desculpas de última hora. Aquela
tua dor de barriga do ano passado não enganou ninguém, ouviu?
Márcio – Para quê ir à Igreja? Deus igual não vai
dar nada de graça pra gente. Você mesmo, pai. Deus por um acaso deu um emprego
pra você? Não! Então, você não deve nada a Ele, certo?
Paulo – Não é bem assim, filho. É verdade, está bem
difícil arrumar um emprego. Mas Deus não esqueceu de mim, eu tenho certeza. Ele
continua me protegendo, me amando, me amparando. Quer ver? Tenho uma família
que me ama, uma esposa companheira que me compreende e dois filhos
maravilhosos, apesar de um deles ser um pouquinho mal humorado. Deus cuida de
mim, e de todos nós, mesmo que eu não esteja conseguindo um emprego. Mesmo que
vá levar ainda um bom tempo para eu arrumar um trabalho. E tem outra, filho: Se
a tua mãe e a tua irmã não participassem com tanta alegria da Comunidade,
trazendo sempre uma palavra de esperança para esta casa, eu não teria
conseguido parar de beber. Olha só, até o teu trabalho de boy tu conseguiste
com um pessoal da Comunidade.
Laura – Realmente, Paulo, Deus nos ama muito. Por
isso é tão gostoso a gente poder ajudar o José e a Maria. Porque a gente sabe
que Deus cuida de nós.
Paulo – Isso mesmo. (olha para Márcio) Bom, filho,
agora você já sabe o que fazer.
Márcio – O quê? Rezar?
Paulo – Sim, filho, rezar. Mas não agora, viu?
Agora você lava a louça, que nós vamos para a sala conversar.
Todos saem, fica só o Márcio
juntando a louça. Fecham-se as cortinas.
CENA IV
As cortinas são abertas. A família está chegando em casa
do culto de Natal. Todos estão muito alegres, de mãos dadas. Até Márcio está
feliz. José e Maria não estão com eles.
Laura – Nossa, que noite maravilhosa! Vocês viram
só que peça linda! Foi essa peça que você escreveu, filha? (Lídia faz que sim)
Que mensagem bonita, filha. Estou orgulhosa de você!
Paulo – É mesmo, filha. Pena que José e Maria não
puderam estar conosco. Eles iriam gostar de saber que você os colocou na peça
de Natal da Comunidade.
Márcio – É, maninha, eu tenho que admitir que a
peça estava boazinha. Foi boa a ideia que tu tiveste, de colocar o “nosso” José
e a “nossa” Maria junto do presépio, como que a dizer que Deus estava ao lado
deles.
Lídia – Obrigada, maninho. Qualquer elogio da tua
parte é a melhor coisa do mundo. Além do mais, eu acho mesmo que o José e a
Maria estão se sentindo abençoados por Deus. Foi difícil, mas finalmente ontem
chamaram o José para um trabalho, ele vai começar depois de amanhã. Não é
ótimo?
Márcio – É, maninha, mas você mudou um pouquinho a
história deles, não é? Na peça de teatro, Maria, a “nossa” Maria dá à luz na
noite de Natal. Pois é, mas a Maria, a “nossa” Maria, está deitada lá dentro,
com o bebê muito bem acomodado dentro daquele barrigão.
Nisso, José entra correndo, alegre.
José – Nasceu, nasceu, meu filho nasceu! Gente,
nasceu o meu menino. É um baita gurizão, desse tamanho! (mostrando o tamanho
com as mãos)
Todos falam ao mesmo tempo
Todos - Nasceu? Como? Onde?
José – Quando vocês saíram para o culto, Maria
entrou em trabalho de parto. Não deu nem tempo de ir para o hospital. Duas
vizinhas ajudaram no parto. Gente, meu filho é lindo! (todos abraçam José,
parabenizando-o pelo filho).
Nesse instante, a sala se ilumina de uma luz diferente.
Maria entra, com o bebê nos braços. Senta-se bem no meio do palco. Todos ficam
ao redor dela. Olham para a Comunidade.
Maria – Não é um menino lindo? (Todos concordam,
emocionados. Maria continua) Sabem, José e eu aprendemos muito com vocês nesses
dias. Aprendemos a perceber a mão de Deus nos bons e maus momentos de nossas
vidas. Aprendemos que Deus nos dá o seu amor e cuidado todos os dias.
José - ... Através da Sua Palavra, através da
oração e da meditação...
Laura – ...Através de todas as pessoas que nos
ajudam, confortam, consolam.
Márcio – Não é difícil perceber isso. Especialmente
hoje, quando lembramos do nascimento de Jesus Cristo, podemos perceber como
Deus ama e cuida de cada um de nós.
Paulo – É por isso que nós estamos tão alegres. Nós
queremos convidar também vocês a se alegrarem em Deus e conosco.
Lídia – Sim! Vamos mostrar essa alegria e essa
esperança que todos nós recebemos de Deus. Vamos levar, hoje e sempre, a
certeza do amor de Deus por nós.
Márcio – Para simbolizar isso de uma forma toda
especial, vamos cantar Noite Feliz. Enquanto cantamos, queremos acender nossas
velas nas velas do altar, que representam a Deus.
José – Vamos acender as velas uns dos outros.
Assim, vamos simbolizar o amor que Deus estende a cada um de nós. Quando nós
acendemos as velas uns dos outros, queremos simbolizar este amor e cuidado que
nós muitas vezes podemos estender a quem precisa de nós. Queremos desejar a
vocês todos:
Todos – FELIZ NATAL!
Canto Noite Feliz. Durante o canto, os integrantes
da peça acendem as velas nas velas do altar. Acendem também as velas de quem
está nos primeiros bancos, pedindo que estes acendam as velas das outras
pessoas.
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