CRISTO NO INSS
Cenário: É
importante lembrar o tempo em que a história se passa: hoje. Roupas de acordo.
As demais exigências de cenário ficam a critério do grupo.
Narrador: Vamos
supor que José fosse um dos nossos carpinteiros de hoje, correto no trabalho e
pronto a pagar INSS sem pestanejar, e Maria em dado momento fosse dar à luz no
Instituto.
Maria sentiu as dores, e José saiu correndo à procura de um
taxi, porque se fosse pedir ambulância, ela só chegaria junto com o Certificado
de Reservista do filho.
Quanto tempo José passou de braço estendido, pedindo para um
carro parar? (Com chuva, então, alguns
passariam bem perto, só para jogar lama). José ficou uma, duas horas, até
que de repente uma alma caridosa brecou, botou a cara fora da janelinha do
carro e soltou uma pergunta:
Motorista: Para onde o senhor vai?
José: Pra
maternidade!
Motorista: Fica
longe ou perto?
José: Mais ou
menos!
Motorista: Mais
ou menos não é resposta. Pra que lado é?
Narrador: José
sentiu-se interrogado por Herodes, só faltava pedir carteira de identidade e
título de eleitor!
José: É para o
centro da cidade!
Motorista: Ah!
Então não vai dar, agora eu só posso ir pra Lapa.
Narrador: Gozado,
quem escolhe pra onde vai não é passageiro, mas o motorista.
José: Minha
mulher vai ter criança!
Motorista: E
daí???
José: Daí que o
Filho de Deus vai nascer!
Motorista: Filho
de quem?
José: Filho de
Deus ... Deixa, pode deixar, esquece, pode ir pra Lapa.
Narrador: Não
houve lugar para José no carro e muito menos para Jesus no coração daquele homem.
Finalmente surgiu um louco sem pressa num mundo apressado e abriu exceção pra
levar José e Maria. No hospital, José pediu informações de guichê em guichê, de
andar em andar, enquanto Maria contorcia-se em dores. Depois de tanto sobe e
desce descobriram funcionário responsável pela irresponsabilidade dos responsáveis.
Funcionário:
Senhor José de Nazaré, infelizmente não podemos internar sua mulher.
José: Por quê?
Ela está precisando pra já!
Funcionário: O
Senhor tem convênios com Unimed?
José: Não. Pertenço
ao INSS!
Funcionário: Ah!
Mas para baixar pelo INSS temos vagas limitadas e é só para daqui há uma
semana. É preciso entrar na fila, pegar uma ficha e aguardar.
José: Mas,
senhor! Não dá para esperar. Não se pode escolher para ficar doente ou para ter
filhos. E eu estou contribuindo com o INSS.
Funcionário: Tem
outro jeito. Tens dinheiro pra pagar.
José: Eu sou
pobre! Então quer dizer que...
Maria: Sem
dinheiro o Filho de Deus não nasce!
Funcionário: O
quê?
José: Nada, não é
nada. A gente vai tentar de outro jeito.
Maria: Onde
vamos, José?
José: Sei lá, sei
que na estrebaria das pencas, por certo, também não nos vão aceitar.
Narrador: Maria,
com dores, e José, impaciente com a burocracia das pessoas, saíram zanzando por
ruas, hospitais. El alguns prontos-socorros os médicos diziam:
Médico: Se
tivesse vindo uns 6 meses atrás a gente tirava a criança.
Narrador: Mas eis
que surge um louco sem pressa no mundo apressado, e de uma forma ou outra Maria
foi colocada numa casa entre tantas. O sujeito sabia que o Instituto fora feito
para atender mesmo sem entender a desonestidade da previdência. Num canto
apareceu uma senhora que lhe repetiu:
Senhora: “Bendita
és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre” (Lucas 1.42).
Leitor: Esta
história é muito atual. Diariamente homens e mulheres têm problemas por causa
do INSS, SUS ou FUNRURAL. Batem de hospital em hospital e o atendimento médico
lhes é negado. Diariamente milhares de crianças morrem no mundo inteiro. Morrem
de fome, pela guerra, por maus tratos. Hoje, as crianças sofrem os mais variados
tipos de violência. Hoje existem milhares de barracões onde a miséria é
gritante, onde nascem crianças que pedem por alimentos que os pais não lhes
podem dar.
Maria, hoje, é toda
mulher simples e sofredora. José, hoje, é todo homem operários e trabalhador
que luta de sol a sol para receber um salário mínimo e comprar leite para as
crianças, comida, pagar aluguel, pagar escola, fazer a contribuição da Igreja e
sindicato...
Jesus, hoje, está em cada criança que nasce na humildade.
Jesus, hoje, está em cada pessoa que sinceramente se reúne com outros em torno
da mensagem ensinada por Deus através de seu filho.
A estrela indica a luz. A luz atinge todos aqueles que
sinceramente louvam e adoram ao Cristo que mostrou o caminho da esperança e da
libertação da pessoa.
Também hoje nem todos reconhecem a luz de Cristo. Muitos
buscam a um deus rico. Também hoje existe “Herodes” que ameaça
Cabe-nos, nesta hora, refletir e analisar onde nos encontramos.
Os magos e o povo simples se ajoelharam diante de Cristo.
Hoje os cristãos reconhecem a Cristo como o Salvador. Pois foi Cristo que
disse: “Vocês são a luz do mundo. Não se acende uma vela para se colocar
debaixo da cama. Mas se coloca no lugar mais alto para que ilumine todos os que
estão na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que
vejam as vossas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
Você também está convidado para ser luz neste mundo, neste
Natal, para alguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário